O ministério pastoral da oração e da Palavra

  • 13/03/2025
O ministério pastoral da oração e da Palavra
O ministério pastoral da oração e da Palavra (Foto: Reprodução)

Há no Novo Testamento duas palavras que são, em tese, sinônimas do conceito institucional da igreja apostólica: bispo e pastor. Muito se discute a respeito de que uma ou outra é mais importante, mas como já dissemos, essas palavras, na grande maioria dos textos são sinônimas.

Na igreja pós-moderna, essas palavras, de fato, ressoam como sinônimas. Uma vez que certos pastores assumem posturas episcopais. Do ponto de vista gramatical, o pastor tem a perspectiva de acolhimento e diligência, enquanto o bispo é aquele que supervisora com olhar mais panorâmico. De fato, parecem até ser dois lados de uma única moeda. Como líder de uma organização, o pastor é bispo e vice-versa.

De fato, este artigo não quer discutir o que está certo ou errado nisso, nem mesmo tecer críticas irrelevantes para o ministério pastoral na atualidade. A nossa proposta aqui é voltar às bases bíblico-teológicas da real função bispo-pastor. Na 1ª Carta de Paulo a Timóteo, especificamente o capítulo 3, é vista como “exhortatio episcopalis” – a exortação episcopal – sobre a liderança da igreja e seu comportamento. Aqui, o santo apóstolo enumera o perfil daquele que apascenta o rebanho de Jesus Cristo.

Em Atos 6:1-6, os discípulos chamam a assembleia de crentes para escolher pessoas para servirem às mesas, a fim de que não se perca o ofício apostólico: a oração e a Palavra. Os primeiros líderes da igreja depois de passarem três anos e meio sendo discípulos de Jesus, agora são enviados (significado da palavra “apóstolo”) para apascentar o povo (Mateus 16:15) que Jesus comprou com seu precioso sangue na cruz do calvário (Apocalipse 5:9).

Posto isso, o ofício daqueles que receberam do próprio Senhor era interceder e pregar o crucificado-ressuscitado para a remissão dos pecados de muitos que os ouviam. Mas a igreja-crescente encontra seu primeiro desafio: o excesso de atividades extraoficiais. Daí, pelo Espírito Santo, a liderança da igreja instituiu o diaconato, sendo Estevão o principal dele – e, o primeiro mártir do cristianismo (Atos 6-7).

Contudo, o problema nos dias de hoje é que uma boa parcela dos nossos pastores raramente pregam nas igrejas que lideram. Com tantas funções administrativas – e outras até extrabíblicas – pouco tempo sobra para se dedicar aos ministérios da oração e da Palavra. Daí surge a necessidade dos pregadores – aquela antiga função do evangelista que anunciava as boas novas – agora é praticamente um ofício do púlpito, pois o pastor local nunca consegue pregar na “sua” própria igreja.

Amados irmãos, uma igreja que não aprecia a exposição das Escrituras através do seu próprio pastor, como pode ser apascentada por ele? A Exposição da Palavra de Deus no púlpito é o parâmetro de Deus para a igreja local. Todo alinhamento hermenêutico é forjado neste momento: onde o povo reunido, congregado recebe a palavra pastoral no púlpito da sua igreja pela vida do seu pastor.

Terceirizar esse ofício é promover confusão na irmandade. Eu não faço críticas ao ministério da pregação, pois também sou um pregador, pela misericórdia do Senhor. A minha proposta aqui é refletirmos sobre o quanto que as nossas igrejas têm recebido de seus devidos pastores, ou se cada dia tem uma voz distinta no uso do púlpito – e por que não dizer: às vezes, até contraditórias (o pregador da semana pode ser discordante do pregador do domingo).

O gabinete pastoral é um anexo ao púlpito, onde o pastor vai tratar situações particulares. Mas não é substitutivo! A igreja precisa receber do pastor a exposição bíblica. Ali o Espírito Santo trabalha trazendo unidade e comunhão, fortalecendo a congregação em torno do pão vivo que desceu dos céus. Evidentemente, isso requer zelo: a) para com a comunidade de fé, e b) para com as Santas Escrituras.

“Ninguém detém, é obra santa” entoava o louvor. E o inimigo tem achado lacunas para trazer discordância, inimizades, porfias. Não se trata de anular o ministério dos pregadores, mas de dosar. Comer em um restaurante é ótimo, mas, o que de fato sustenta, é a deliciosa comida caseira de todo dia, no aconchego do nosso lar.

Não tenha medo, amado pastor: abra a Bíblia e exponha a Palavra de Deus no púlpito da sua igreja. Quanto mais você fizer isso, menos tempo no gabinete pastoral vai precisar. A igreja será nivelada na Palavra e o nome do Senhor será glorificado. Como disse Lutero quando foi aplaudido pela Reforma Protestante: “Eu não fiz nada, a Palavra é que fez tudo”.

 

Daniel Ramos (@profdanielramos) é professor de teologia deste 2013 pela EBPS (Assembleia de Deus em Belo Horizonte). Graduado em Teologia pela PUC Minas (2013), pós-graduação em Gestão de Pessoas pela PUC Minas (2015), especialista em Docência em Letras e Práticas Pedagógicas pela FACULESTE (2023) e Licenciatura em Letras Português-Inglês pela UNICV (2024). Membro da Assembleia de Deus desde a infância, conferencista e autor do livro didático: Curso de Teologia Vida com Propósito (2024).

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Santo de casa não faz milagre!

FONTE: http://guiame.com.br/colunistas/daniel-ramos/o-ministerio-pastoral-da-oracao-e-da-palavra.html


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